sexta-feira, 27 de junho de 2014

Lendo: Um dia do David Nicholls

Tenho uma relação de amor e ódio com esse livro. Ótima narração (daquelas “queria escrever assim”). Ótimas referências. Não posso negar que esperava um romance. "Vinte anos. Duas pessoas", é o que está escrito na capa. Já pensei logo: vão se conhecer, ficar juntos, depois seguir caminhos diferentes, e se encontrarem depois pra ficarem juntos novamente.
Não é bem assim.
Confesso que odiei o Dexter. O tipo de cara que você se apaixona pela aparência, se desapaixona pela personalidade. Tive vontade de esbofeteá-lo algumas vezes. Cara chato. E insuportável, cafajeste, idiota. Ok, parei!
Me identifiquei demais com a Emma. A mania que ela tem de desejar coisas que nem sempre estão ao seu alcance, de volta e meia estar insatisfeita com a própria vida, de não conseguir expressar o que pensa ou corresponder às expectativas.

São longos capítulos sobre o dia 15 de julho, ao longo de 20 anos, desde a noite da formatura quando Emma e Dexter se conhecem, narrando os detalhes do que aconteceu na vida deles ao longo do ano que se passou, até aquele dia. Alguns desses dias eles estão juntos. Outros nãos.  Mas sempre um pensa no outro, como se fossem atraídos por um imã. Eles passam por tantas coisas e é uma relação bem turbulenta.

Mas o que me surpreendeu mesmo foi a amizade. Mesmo com o romance, aqui acolá, o que liga os dois mesmo é essa amizade verdadeira. O que eu esperei de romance foi apenas amor fraternal (durante alguns anos). Por mais que se envolvessem com outras pessoas, mantinham a amizade em superfície, e o amor verdadeiro lá no fundo.

Há pessoas que se emocionam, já eu leio e me sinto mal. Por tantas coisas. Livros assim me fazem pensar muito.
Um dia me fez pensar no tempo.  Ler sobre Emma e Dexter, jovens cheios de desejos e ideais e daí o desenrolar de suas vidas. As diversões instantâneas de Dexter, os sonhos a longo prazo de Emma. As buscas e descobertas.
O que eu senti com essa leitura foi melancolia pura. Uma tristeza de ser quem é. De fazer o que não quer. Até mesmo de fazer o que quer. Senti melancolia até no auge da felicidade deles.
Por isso a relação de amor e ódio. A história é cativante, mas me faz sentir desesperançosa com a vida. Tem todos os tipos de sentimentos, mas me fez sentir triste a maior parte. Eu amo a Emma e odeio o Dexter. Eu amo a escrita do David, odeio certos detalhes do enredo (tipo o desfecho, que me tira do sério sempre).
Só sorri mesmo na última página (que na verdade foi o começo). Enfim, Um dia me fez ter uma visão dos sentimentos e relacionamento humanos como uma coisa superficial e cansativa. Como um monte de regras que nem sempre nos empenhamos em seguir. Pra mim, a história oscila entre o profundo e o superficial. É tudo tão profundo que chega a ser superficial. Ah, como eu posso explicar isso?

Só sei que gosto demais de livros assim, que você se sente melhor amiga dos personagens por os conhecer tão bem.

p.s.: O pôster do filme é lindo e tal, mas eu não suporto ter o livro com a capa filme, só tenho esse porque não consigo achar com a capa original.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Lendo: Escolhas de Formatura – Série Sociedade Secreta da Diana Peterfreund

Pouca gente conhece os livros da Diana Peterfreund. Não sabem o que estão perdendo, na boa! Conheci a série Sociedade Secreta em 2010 (tava no ensino médio ainda :O), e só agora é que li o último.  Os três primeiros são Sociedade Secreta Rosa e Túmulo, Sob a Rosa e Ritos de Primavera. Na época o 4º não tinha sido lançado em português (e só foi lançado no finalzinho de 2012) e tentei me virar com uma tradução de fã péssima que achei, mas não consegui ler de jeito nenhum. Então comprei ano passado (ainda não comprei os outros, mas quero/preciso/necessito tê-los e relê-los) e li esse ano. Eles são caros (cof cof Galera Record) e mal divulgados, porém vale muito apena, mesmo doendo no bolso.

Obviamente o livro fala de Sociedades Secretas, e a mais famosa delas Rosa e Túmulo dentro das universidades americanas da Ivy League (as universidades de mais prestígio dos EUA), e a protagonista Amy Haskel é convocada para ser uma coveira (como chamam os membros da sociedade) no seu penúltimo ano. Detalhe, é o primeiro ano que mulheres fazem parte desse grupo seleto de mentes em potencial – eles costumam convocar os estudantes que se destacam no meio acadêmico e que certamente terão uma carreira promissora. Amy é estudante de Literatura em Prescott e esperava ser convocada pra uma sociedade que tivesse a ver com sua área, porém se viu em meio aos rituais macabros da Rosa e Túmulo. Amy é bem maluquinha e é muito divertido acompanhar sua narração, suas listas (também adoro fazer listas de qualquer coisa), seus rolos amorosos (e que rolos!) e sua nova vida de coveira.

No quarto livro, Amy tem que lidar com o término da faculdade, as escolhas para o seu futuro, a procura de emprego, os amigos que vão se separar em breve, tem que achar o sucessor (ou sucessora) para a fraternidade da sociedade, e ainda lidar com um amor inesperado! Ufa! Eu que ainda estou no meio da graduação, já imagino a loucura e pressão que é no final. E acho interessante saber um pouco como as universidades americanas funcionam. Algumas coisas bem diferentes como as próprias sociedades, os estudantes que moram no campus (acho o máximo, parece que você vive mais a vida de universitário, sabe? Sem falar os colegas de quarto, as festas, a independência, as pendências pra resolver, as responsabilidades...), e outras iguais como a busca de atividades para rechear seu currículo, os trabalhos pra fazer em cima da hora, os testes cabulosos.


Enfim, pra quem tá procurando um livro Young Adult com um tema diferente, leve e divertido, de leitura rápida (eu li esse em 2 dias!), Sociedade Secreta é uma ótima escolha! Recomendo muito, a escrita da Diana é ótima, e há várias referências à cultura pop e à literatura, notas de rodapé irônicas da confessora (Amy), resumindo, leitura interativa (pelo menos eu interajo com o livro, paro em alguma parte ou capítulo e fico comentando comigo mesma como essas coisas foram acontecer, ou xingando os personagens, ou sem fôlego por alguma cena, e por aí vai).

p.s.: First Post!